Fábulas
Tem mais ou menos dez anos que eu "estudo" contos de fadas. Assim, entre aspas mesmo, porque sempre uma coisa informal mesmo, sem nenhuma pretensão. Começou com um exemplar de "A Psicanálise dos Contos de Fadas", do Bruno Bettelheim, perdido em alguma biblioteca que eu freqüentava, até um dicionário, o "The Oxford Companion to Fairy Tales" que eu tive a pachorra de ler de A a Z, literalmente. É, o tema me gusta -- a ponto de, num mundo ideal, onde eu não precisasse pensar em carreira, faria fácil e com o maior prazer um mestrado sobre isso. Boa parte da bibliografia eu já tenho.
Daí pra gostar de releituras de contos de fadas, foi um passo dos bem curtos. Apaixonei-me por Angela Carter, devorei um monte de coletâneas por aqui e ali, e agora, finalmente descobri Fables. Era de apaixonar: junte vários personagens de contos de fadas, fábulas e histórias infantis numa espécie de colônia de expatriados em Nova York. Eles foram expulsos de suas terras por um grande inimigo misterioso, e agora são obrigados a viver entre mortais, "disfarçando" sua condição mágica.
Sensacional. Branca de Neve é a chefona, o Lobo Mau é o xerife que viu filmes noir demais, Rosa Vermelha (a gêmea de Branca de Neve -- o quê, você não sabia que ela tem uma gêmea??) é a moça rebelde, João do Pé de Feijão é um escroque, Cachinhos Dourados é uma revolucionária e o Príncipe Encantado tem uma confraria de ex-mulheres que o odeiam. Sem contar os personagens que eu não conheço e qualquer dia desses tenho que sentar e descobrir quem são. A típica sacada que a gente quer se matar por não ter tido antes, sabe?
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