Aleluia
Em vez de um happy hour, glóriaadeuspai. Minha missão ontem era ir num culto de uma igreja pentecostal (aquelas bem tradicionais, mulheres de cabelo comprido, tudo), porque o pastor não me atendia ao telefone.
Mulheres de um lado, homens do outro do templo. Elas (e eu também) tinham que usar um véu na cabeça. O culto era cheio de hinos muito desafinadamente cantados, glóriaadeuspai, pessoas falando ao microfone, às vezes sem fazer muito sentido, sobre todos os milagres que Cristo operou em suas vidas, glóriaadeuspai, pregações enérgicas e dedos apontados de cima do púlpito, glóriaadeuspai, catarse coletiva séria nos momentos de oração, com direito a crises histéricas nas senhoras ao meu lado. Glóriaadeuspai.
Inveja deles, de como suas vidas são bem mais simples. Tudo aquilo não me diz nada. Eu me coço inteira, observo, quero ir embora, não agüento trinta segundos de joelhos dobrados naquela madeira dura, penso "ah, não, outro hino, não" e olho o relógio de cinco em cinco minutos. Mas eles sabem que deles será o Reino do Céus, por pior que seja a lama do aqui e agora, seguem seu código de conduta e qualquer pergunta é respondida pela Bíblia ou pelo pastor.
Enquanto eu, agnóstica de mente aberta, sofro com minhas dúvidas existenciais e tento organizar o caos sem sentido ao meu redor.
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