19.9.04

A Revista da Folha de hoje tem uma matéria de capa sobre voto facultativo: porque ele deveria existir, e campanhas publicitárias fictícias defendendo essa idéia.
Quanta idiotice.
Voto facultativo my ass. Tem que ser obrigatório mesmo. É a única coisa que eu faço pela minha comunidade, de dois em dois anos, fora pagar impostos: sentar e refletir em quem eu quero que mande na minha cidade-estado-país. Decidir como a grana da qual eu abro mão, todo mês, vai ser gasta.
Dizem que votar é um direito -- não, é um dever. E tanta gente, com ele obrigatório, se abstém, fugindo para a praia ou votando nulo ou branco. Não discuto com quem faz isso, mas também não consigo evitar uma certa decepção. E não adianta vir com o papo que nas reais democracias o voto é facultativo. Olha os Estados Unidos, com suas campanhas para incentivar o voto.
E o problema não é votar "certo" ou "errado". Então tá, muita gente vota sem consciência, de qualquer jeito, porque vai ganhar alguma coisa com aquilo, ou porque o cara é bonito, ou porque o pastor mandou, sei lá. Mas pelo menos a gente sabe que o que saiu nas urnas é o que a maioria quer, ainda que seja resultado de manipulação. Fácil esquecer que temos só quinze anos de eleições diretas. E a vontade da maioria tem que ser respeitada, ainda se der vontade de mudar de cidade pelos próximos quatro anos. Democracia é isso aí, uma merda, mas melhor que as as alternativas disponíveis. Uma hora a gente aprende.
Nem sempre tem alguém com quem eu me identifique totalmente. Nem sempre as pessoas são aquilo que elas deveriam ser. Muitas vezes, a gente pode se enganar com um candidato. Mas tem que escolher, e chegando o dia, pegar a fila, digitar os números e dormir com a consciência tranqüila que você fez sua parte.
Tá, o surto de escrever sobre assunto sério já passa, prometo.

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