8.11.04

Tim
ou
Um post-review-do-fim-de-semana de vez em quando não faz mal a ninguém
Kraftwerk. Eram quatro tiozinhos impassíveis que ficavam jogando paciência no laptop no palco, mas entrou pros melhores-shows-da-minha-vida. Não tem como explicar. Fiquei arrepiada em vários momentos, e olha que isso é beeeeem raro. Lembrei de um trabalho de faculdade de um ex meu, o Luis. Era para uma aula na História, ele tinha que pegar um exemplo de produção cultural de um determinado período histórico e mostrar como ele mostrava as características dessa época. Não deu outra: usou música eletrônica para falar do fim do século XX. E é isso. Kraftwerk é a trilha sonora dos últimos 30 anos. Não tem o que discutir.
2manydjs. Tinha virado a noite anterior trabalhando, ficado passada com o Kraftwerk, curtido um tanto o Soulwax, achado o Cansei de Ser Sexy um saco. Quando eles chegaram, eu não me aguentava mais em pé. Misturam tudo e mais um pouco e colocam o povo pra dançar. Pena que eu estava cansada demais para aproveitar como deveria.
Polly Jean. Peguei pela metade, toda montada, vinda de um casamento fofo (L. e R., parabéns!). Ela é belíssima, canta divinamente, coloca a alma ali no palco. Sem contar que tocar guitarra em cima daqueles saltos... Bad Fortune (And I feel like/Some bird of paradise/My bad fortune slipping away...), Down by the Water e To Bring You My Love, foram todos lindos.
Primal Scream. Queria muito poder dizer que adorei. Eles quiseram fazer tudo muito sujo e cru, muita guitarra, muito roquenrou. Eu adoro roquenrou, mas soou tudo muito igual, o tempo todo. E não foi porque eles foram burocráticos, não, muito pelo contrário. Eles ficaram se esbagaçando, lá, se esgoelando, castigando guitarra, baixo, bateria. Teve seus momentos (Rocks e Moving on Up foram incríveis), sim, mas eu esperava mais.
Pet Shop Boys. Nem tava tão a fim, mas sei lá, ia pagar 20 reais nesse ingresso mesmo, vamos ver qualé. Surpreendeu. Muito animado, com banda completa, jogo de luz interessante. Todas as músicas estavam diferentes, algumas mais lentas. Não foi assim uma pista de dança o tempo todo, o Neil Tennant se deu ao luxo até de cantar sentado, mas o pique estava lá em cima. E o público, o mais, digamos, "fashionista" de todo o festival, correspondeu à altura.

E eu queria muito ter ido no Brian Wilson.

Nenhum comentário: