8.2.05

Querido diário
Uma semana, já. Aquela sensação estranha de já estar acostumada com o novo mas ainda não ter uma rotina definida.
Bem, o povo quer saber o que ando fazendo, né? Então vamos lá.
Mal cheguei, já fui para a função. Passei na faculdade para reorganizar meu horário, mudar algumas aulas. À noite, quis me jogar no mundo indie. Com o maior jet-lag da história e temperaturas abaixo de zero, lá fui eu para a frente do show do Arcade Fire com o Jayme. Lotado até a alma, e ninguém vendendo ingressos que sobraram. Nem os cambistas.
No dia seguinte, um exemplo de como a vida universitária é sempre igual, não importa se é Brasil ou Estados Unidos, pública ou particular. Cheguei na faculdade e adivinhem? A professora faltou, boys and girls. Na minha época de ECA eu nem ligava, ia fazer hora no CA, mas a maturidade finalmente chegou e eu fiquei puta. Me mandei para o Irving Plaza, a uma estação de metrô de distância, porque ia ter show do Arcade Fire de novo, lotado de novo, e eu sou teimosa que só.
Três horas no frio, do you have an extra ticket? para zilhões de pessoas. Nada, nada, nada. Era a fila do Funhouse, sem tirar nem pôr. Fiz vários amiguinhos, um deles o dono do fã-clube, message board, sei lá eu o quê, da banda, que uma hora me perguntou a banda tá logo ali, porque você não pede para eles? Pior é que eu pedi. O baterista me disse que ia tentar, a tecladista, fofíssima, foi pedir para me incluirem na lista de convidados deles só porque eu vinha do Brasil. Não conseguiu, mas me prometeu que se eu ficasse por ali quando eles voltassem do jantar tentaria me enfiar no bolo (era um grupo grande de pessoas). Tudo isso na base do meu magnetismo pessoal, porque nem ocorreu à lesa aqui falar que era jornalista e dar aquela bela carteirada. Finalmente, quando toda esperança estava perdida, aparece um cidadão com dois ingressos à venda pelos olhos da cara, mas a essa altura, ia ser extremamente brochante conseguir os ingressos e não entrar. O Jayme, que tinha aparecido lá do nada, fez a negociação e pronto.
Foi lindo. Se no disco a música é incrivelmente emocional, no palco os caras surtam. Se batem, dançam, tocam todos os instrumentos ao mesmo tempo. O povo gritava, cantava junto, aplaudia. No bis, o David Byrne apareceu e cantou com eles uma cover do Talking Heads cujo nome eu realmente não lembro agora. Olha, não é por nada, mas ou ele tá passando tempo demais no Brasil, ou o Caetano Veloso clonou todo o gestual dele no palco. Tá igual, socorro.
As fotos do show estão no flickr. Não reparem na falta de foco, eu tava longe, o flash só ia mostrar um monte de cabeção e é para essas coisas que serve o zoom.
Ainda tem que contar do The Rocky Horror Picture Show e do Superbowl. Mas depois, que esse post já está muito longo, eu estou na biblioteca e portanto deveria estar estudando, e Arcade Fire é fofo demais para misturar com outros assuntos.

Nenhum comentário: