Dona Lili, crítica cultural
Minha avó tem dois qualificadores para os produtos culturais que consome: "liiiiindo, muito bon" e "hororoso" (assim mesmo que é para dar o tom do sotaque). Cinema com ela é uma incógnita. Quando a gente acha que tem tudo para agradar, ela dorme. E quando vamos no risco (como Brokeback Mountain) ela adora.
Por exemplo: Volver? Hororoso!!! O ano em que meus pais saíram de férias? Liiiindo, muito bon!
E não é só com cinema, não. Outro dia chegaram dois cds em casa: Rock Swings, uma coletânea de covers de rock em estilo swing do Paul Anka, e o disco do Brasov, uma banda carioca que mistura rock com rumba com música búlgara e que me interessou bastante. Claro que dei o Paul Anka para ela, achando que ela ia amar.
Nem. Não conheço nenhuma dessas músicas, coisa mais lenta, esnobou. Aí ela catou o do Brasov, aquela gritaria, roquinhos. Tá, tem uma cover do Goran Bregovic, mas só. Adorou. Agora sim, é mais animado, né?
Dona Lili é realmente imprevisível.
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