Medo pt.1
Sempre tive medo de cachorro. Agora, de bate pronto, só lembro de dois da minha infância com quem conseguia conviver com relativa tranqüilidade: o Charlot, poodle da Ana Paula, (e seus substitutos) e o setter irlandês do Rafael, que era grande e calmo em proporções iguais. Já os pastores alemães que os amigos do meu pai adoravam me colocavam em pânico.
A mitologia familiar conta que um cachorrão desses me "atacou" (lambeu, sei lá) quando eu era um pouco mais que bebê, passeando no carrinho com a babá, e daí eu traumatizei. Minha avó contou recentemente que isso não aconteceu uma, nem duas, mas TRÊS vezes, inclusive quando ainda morávamos na Colômbia.
Aos poucos, o medo-pânico-socorro de cachorro foi substituído por um desconforto, tipo, "hehe, hehe, bonitinho, agora sai para lá".
Junte-se isso a uma família que em geral não é muito fã de bicho, e pronto. Dona Lili mesma tem aversão a qualquer mamífero de quatro patas. Minha casa, então, sempre foi pet-free. Até a Bela chegar, claro.
Se cachorro não me inspirava confiança, sempre tive simpatia por gatos. Menores, mais elegantes e, principalmente, mais na deles. Por isso, quando me deu cinco minutos de ter um animal de estimação, não tive nem dúvida: foi gato.
Minha avó, já cimentada nas suas manias, vai pro túmulo afirmando que não gosta dela. Já eu virei uma gateira de marca maior.
Como a gente pode se apegar tanto, né? Eu não fazia idéia.
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