24.11.07

Olho grande, verde-anguloso joga a primeira charada: de onde vem a Natasha? Aí começa a primeira peleja. É preciso fuçar história e geografia, cruzar presente, passado e algum tempo ainda não revelado, além do futuro, para desvendar o primeiro ponto sobre a mocinha com jeito de boneca russa e sotaque paulistano.

Não conheço cidadão, homem ou mulher, que tenha identificado o primeiro enigma assim, logo no primeiro contato. Porque é difícil imaginar que, para conhecer a Natasha, seja preciso conjugar tantas latitudes, longitudes e cruzar o globo com o dedo indicador: o pai veio da Sérvia; a mãe, da Bulgária; na certidão de nascimento está escrito "Bogotá - Colômbia" no local de nascimento, mas a carteira de motorista é igual à nossa, esverdeada e com o brasão da República Federativa do Brasil.

Mal você desvenda o primeiro enigma, já vem outro em seguida, ainda mais difícil: quem é a Natasha? Aí, meu amigo, é preciso muito molejo para descobrir. Não é assim, do dia para a noite, que tudo virá à tona. Vai precisar muito mais que mapas ou carteiras de identidade. A moça confunde, combina inteligência sagaz com bochecha rosada – um desconcerto -, tem vida corrida de gente da cidade grande e jeito meio impetuoso de mulher bem resolvida, mas conheço gente de confiança que relatou como ela se dissolve quando ouve um miado familiar vindo da cozinha. Ou como canta e dança de olho fechado quanto toca a música preferida.


Awwwwwwwwww, Julio...

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