Tinham uma linguagem agressiva, um pensamento categórico e eram implacáveis nos julgamentos (...) Em todas as ocasiões possíveis -- em seu discurso, suas atitudes, seus gestos, suas piadas --- punham-se a provar que os homens não eram espíritos rarefeitos, mas sim corpos de carne e osso, atormentados por necessidades físicas e cruelmente engajados numa aventura que é a vida (...) Logo entendi que, se o mundo que esses novos amigos abriram para mim parecia cru, era porque eles não tentavam disfarçar suas realidades; no fim, tudo o que me pediam era que eu ousasse fazer o que sempre desejei fazer: olhar a realidade de frente.
Simone de Beauvoir, ao descrever em seu diário a impressão que teve ao conhecer Jean-Paul Sartre e seus amigos, em Tête-à-Tête.
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