17.8.08

Quando alguém bacana se vai
O J. tinha duas gatas malucas, morava numa kiti super arrumadinha na Frei Caneca, tinha os braços tatuados, magro, cabelo sempre na máquina zero, um vozeirão, chamava todo mundo de baiano ou baiana, trabalhava em agência, adorava sair à noite e tinha um azedume todo particular.
Mesmo morando a três quarteirões de mim, andava raro a gente se encontrar. Aquela coisa paulistana, tou trabalhando tanto, gente, todo mundo tocando a vida. Mas ele era (é, vai para sempre ser) uma das minhas pessoas favoritas. A última notícia que tive dele foi que ele tinha comprado um carro.
Essa madrugada o J. pegou o carro novinho, saiu para dançar, bebeu, e na volta, bateu numa árvore sem cinto de segurança.
Adeus, querido. Você vai ficar para sempre na minha lembrança rindo alto e falando: "Ai, Nati, sua baiana!"

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