Foi graças à busca esquizofrênica do Blip que pude redescobrir um dos filmes da minha infância: "Quando as metralhadoras cospem"(no original, Bugsy Malone).
Foi a estréia do Alan Parker, é de 1976 e o melhor jeito de defini-lo é chamá-lo de uma mistura de filme de gângster com musical com (até bem literalmente) comédia pastelão, em que o elenco inteiro mal chegou na puberdade. No elenco, uma Jodie Foster dentucinha bancando a femme fatale.
Como é que se esquece um filme desses? Pois é, não sei.
A história é bem simples: duas gangues se confrontam quando uma delas inventa uma arma que atira chantilly no inimigo, em vez das antiquadas tortas na cara. Aí entra Bugsy, um malandro que precisa de dinheiro para levar a namoradinha a Hollywood e resolve dar uma mãozinha aos bandidos.
Os cenários são do tamanhinho dos atores, os carros, calhambeques de pedalinho, todos vestidinhos de terno e com muito gumex no cabelo. É um mundinho em que um beijo na testa te dá problema com a cara metade e uma espingardada de chantilly no rosto mata.
E os atores? Fora Jodie, são todos uns canastrõezinhos. O meu preferido é um El Caponinho gordota, de aparelho nos dentes e sotaque do Brooklyn, que simplesmente interpreta a ele mesmo sem o menor constrangimento. As músicas da trilha sonora (bem boa, por sinal, e não sou só eu que acho) são cantadas por adultos e mal-e-mal dubladas e dançadas pelos mirins.
É tudo muito pastiche, e por isso, adorável. Se em alguns momentos a gente perde de vista a estranheza da coisa toda, a sequência final lembra que, sim, isso é um filme para crianças, e aí a gente termina cantando:
You give a little love and it all comes back to you
la la la la la la la
You know you're gonna be remembered for the things that you say and do
la la la la la la la
Essa é uma lição que muito adulto ainda não aprendeu.
Obs: Esse filme ainda passa na Sessão da Tarde? Acho que não. Mas neste link dá para vê-lo todinho em streaming, com download para PSP e iPod.
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