4.12.08

Ch-ch-ch-changes
Se a cigana tivesse lido meu destino há alguns meses, e me dito que esse fim de ano ia ser desse jeito, eu diria para ela mudar de emprego.
Mas quem mudou de emprego fui eu. Assim, de sopetão, mudei da casa onde estava há certinho três anos, para o velho clichê do novo desafio.
A proposta era irrecusável, e mesmo assim não foi uma decisão fácil. Impressionante como a gente acostuma com ambientes, pessoas, modos de trabalho, sei lá, com o carpete, banheiro, tia da limpeza. Dava uma vontade de falar "vou não, seu moço, me deixa quieta lá no meu cantim, faizfavô". Mas eu fui. Apegada, sim, como eu sempre me apego, mas fui. Tem vezes que a mudança que chega é tão grande e tão irresistível que a relutância pode até existir, mas a gente sabe que é sem sentido. É medo.
Deixei amigos, caminho decorado, bairro conhecido, restaurantes favoritos. Esses dias, estou aprendendo como chegar, quem são as pessoas, onde comer, como me comportar nesta nova posição. É um aprendizado inesperado, mas não dava para ficar parada. A vida não me deixou.

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