Ausência de malícia
Às dez da manhã, vejo uma ligação não atendida às 5:55, de número desconhecido, sem deixar recado. Lembrei que tinha deixado minha amiga um tanto alcoolizada na festa de ontem e pronto, Dona Rebeca acordou, ativou o complexo-de-mamãe e mega preocupei.
Mandei sms, ela demorou a responder. Nesse meio tempo, sem conseguir sossegar, ligo para o tal número -- era um motel em Mauá. Não era hospital nem delegacia, menos mal. Pouco depois ela ligou, estava tudo bem, tinha saído um pouco depois de mim. Ou seja, ou tem alguma fofoca muito boa que logo mais saberei, ou (o mais provável) alguém errou o número e caiu na minha caixa postal.
Mas tinha encafifado com o comportamento da telefonista do tal motel. Quando liguei, comecei a dizer que havia recebido uma ligação não atendida daquele número, mas a moça nem me deixou terminar, cortando com um ríspido "Deve ter sido engano" e praticamente desligou na minha cara.
Solteira que atualmente sou, achei estranho e mal-educado. Só um tanto mais tarde que fui perceber o potencial de escândalo que a situação tinha: uma mulher querendo saber porque apareceu um telefonema não atendido originado de um motel num sábado de madrugada. Ela estava certíssima de desligar correndo; não deve ser paga o suficiente para ouvir grito de gente corneada.
Eu sou mesmo muito mirim.
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