16.2.10

Blondes have more fun
Num daqueles surtos típicos, L. resolveu mexer na cor do cabelo, de castanho x para castanho y. Comprou a tinta na farmácia, uma daquelas que não dá erro, e, claro, deu errado.
Para consertar, pediu a ajuda de um cabelereiro amigo, que sugeriu dar uma clareadinha, uma coisa assim Carine Roitfeld (ah, esse povo da moda). Ela se empolgou e concordou.
Duas horas depois, os cabelos tinham passado de castanho-escuro manchado para castanho-claríssimo com várias mechas mel. Em português claro: L. estava loira de tudo.
Ela dava ataques de ódio no carro, MEU DEUS COMO TÁ CAFONA, e eu, boa amiga, não, magina, tá bom, você tá bonita -- ela realmente fica bem de cabelos mais claros.
Mas mais divertido que o solilóquio raivoso foi ver os efeitos imediatos da loirice. Num fim de tarde de domingo pré-carnaval, andando pela Vila Madalena, ela foi notada, ô se foi: eu contei uns três caras puxando papo em um bar e mais um em outro. Sem contar o bêbado algemado do carro ao lado. No dia seguinte, um convite para jantar via facebook.
E a L. só soltando impropérios dos mais diversos e jurando que até o fim da semana o cabelo mudava de novo, que se danasse a atenção masculina, cafona ela não ficava.
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Dias depois, num momento meio de falta de assunto, contei o caso para Dona Lili. Minha avó viu a bola quicando na sua direção, e sem perder tempo, matou no peito e mandou pro gol: então tá na hora de você mudar essa cor de cabelo, né não minha filha?

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