Direito à superficialidade
Uma vez, parada no farol da Groenlândia com a Estados Unidos, uma menininha veio com o famoso "tia, tem um trocado?". Uma graça, toda dengosinha, seis, sete anos no máximo. E eu, do alto da minha consciência politicamente correta de "não podemos alimentar a indústria da mendicância", polidamente neguei. Eu estava de rabo-de-cavalo, preso com uma daquelas fivelas tlec-tlec. Ela olhou para a minha cabeça, abriu os olhões castanhos e perguntou "ah, tia, então dá a fivela?". Nossa, na hora tirei e coloquei na sua mãozinha aberta. E teria dado nem que fosse de ouro. Ela prendeu os cachinhos com ela, e saiu, toda saltitante entre os carros, feliz da vida. Como se estivesse de barriga cheia.
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Isso tem, fácil, uns dez anos. E eu nunca esqueci dela.
2 comentários:
disclaimer: post "lavoisiado" do saindodecasa.
Chorei um tiquinho por dentro.
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