Braçadas
Existem duas falhas muito grandes na minha educação: natação e ciclismo. Não é que não sei nadar nem andar de bicicleta, mas faço ambos muito mal. Tive um episódio meio traumático na aula de natação quando tinha uns 4 ou 5 anos, , e bicleta, bem, eu não fiz a transição da Caloi Ceci (sem rodinhas, tá?) para bicicleta de adulto, e, pessoa de perna curta que sou, me atrapalho com bicicleta, um saco, prefiro não.

Aí, resolvi que estava na hora de resolver um deles, até porque eu preciso fazer algum exercício, e escolhi a piscina: eu gosto de água, nadar é uma habilidade necessária, e né, passei da idade de ficar de trauminha de infância. Aí me matriculei na academia, duas vezes por semana, comprei maiô, touca, roubei óculos do namorado.

E descobi que gosto da coisa. Gosto de entrar na água salgada, dar braçadas, bater pernas, soltar o ar embaixo da água, bate e volta do outro lado da piscina. Ainda não sou uma convertida à causa da malhação: não é toda semana que consigo ir direitinho, o trabalho me consome, a preguiça de toda a função trabalho-carro-vestiário-vestiário-carro-casa é grande, mas eu sei que chegando lá, vão ser 45 minutos ofegantes mas prazerosos, e isso me motiva. Também quero dar umas esticadas, umas yogas, uns alongamentos, só que aí preciso ir mais vezes por semana na academia e, né, eu tenho uma vida.

Luiz me contou que quando treinava, acordava às seis da manhã e ia para a academia, todo santo dia. Só que ele é filho de atleta, tá acostumado desde pequeno, tinha lá suas metas. Eu não consigo me imaginar numa rotina dessas por vontade própria, apenas pelo prazer do movimento.

Mas vai saber, né. As pessoas mudam.