A gente tem a mania de achar que a vida de fulaninha é mais interessante e agitada que a nossa. Não, não é. E o namorado da fulaninha não é mais interessante que o seu. Ele não é nenhum ninja sexual. Ele não é nenhum guru do amor. A vida da fulaninha tem altos e baixos, como a sua. Ninguém vive uma vida de novela: se quebra e se quebra, finalmente encontra um cara legal, luta pra ficar com ele e vive feliz pra sempre. Isso não existe. (...)
Quando deixei de ser solteira percebi que me transformei em alguém muito mais feliz. Mas continuo tendo crise existencial, continuo com meus defeitos, continuo com minhas linhas tortas. É claro que melhorei, mas não me curei dos meus males. Ter alguém não resolve tudo. Encontrar o amor da vida não é garantia de ser 100% feliz. Existe o dia a dia, existe a rotina, existe a pasta de dente na pia, existe o tênis no meio do quarto, existe o seu jeito e o jeito dele. Não dá pra esquecer que você e ele foram criados de maneira diferente e, por isso, têm valores, visões e comportamentos diferentes. Não dá pra esquecer que, por mais que combinem e formem um casal próspero e feliz, existem dias ruins, existe briga, batida de porta, problemas, discussão.
De
Ninguém é feliz para sempre, de Clarissa Côrrea. Vão lá ler tudo. Recomendo especialmente para quem tem ataques repentinos de autocomiseração e sofre de excesso de idealização da vida alheia.
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