Chego no cabelereiro, sem hora marcada, só para dar um tapa na franja.
No meio das tesouradas, olho para os lados, folheio uma revista, e me dá um estalo:
Nando, quero pintar. De vermelho, bem ruivão, vamos?
O cabeleireiro, bem mais sábio que eu, responde:
Ficaria ótimo, mas faz assim: senta lá e pensa antes.
Menos de dez minutos depois, peço apenas para retocar as raízes, como sempre.
Detesto gente que me conhece bem.
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