10.10.12

Amizades de viagem

Era chegado aquele momento, de novo. Férias. Antes que eu fosse obrigada pelo RH mais uma vez a me ausentar no período mais caro do ano, resolvi adiantá-las um pouquinho e fazer a coisa mais nos meus termos.

Em março, me tinha dado um ataque de loucura/milionarice e eu tinha comprado um ingresso para um dos shows da turnê do Leonard Cohen na Europa, em Lisboa. A lógica era que o homem já estava com 77 anos, não vai viver para sempre, melhor ver logo, e eu tinha me apaixonado pelo disco novo dele, o Old Ideas. (A ironia foi ter conhecido uma lisboeta que vai nos shows do homem há quatro anos seguidos, sempre com esse mesmo pretexto, vai que é último).

Quando fui planejar as férias, nem estava tão fixada assim nesse ingresso, mas não conseguia decidir mais nada, com aquele pedaço de papel fazendo um ponto de calor na minha gaveta. Portanto, Península Ibérica, lá fui eu. Coloquei Barcelona na história, que também não conhecia. Ainda tive ideias mirabolantes de juntar com interior de alguns dos países, Marrocos, mas resolvi manter a coisa mais simples, barata e mais curta com apenas as duas cidades. Afinal, eu estava, mais uma vez, indo sozinha.

Mas a viagem não foi solitária. Na África, eu já tinha sentido isso: uma pessoa que viaja sozinha e tem necessidade de se relacionar (como eu) acaba fazendo pequenas conexões ligeiras com quem encontra no caminho. É a pessoa sentada ao lado no avião, ou no balcão do restaurante cheio demais para liberar uma mesa a um cliente sozinho, ou na fila do museu. Ou os membros do seu grupos de safári, com quem vc sai duas vezes por dia e acaba fazendo suas refeições junto. Pessoas com quem você tem conversas ligeiras e enriquecedoras, quando muito às vezes troca um meio de contato (que depois acaba esquecido no fundo de uma carteira ou numa nota do celular e você não sabe mais quem é). Faz parte da experiência.

Minhas últimas férias tiveram disso, claro, mas também tiveram encontros e reencontros, mais intensos que os da rotina. Com a T., parceira no crime de tantas revistas e outras amigas nossas que também estavam por lá, a S. e o L., casal globetrotter que tinha acabado de se mudar para Barcelona, com o R., fazendo sua vida lindamente em Lisboa, o J. e a A., lisboetas amigos-de-amigo que ganharam um lugar no meu coração e me mostraram como se realmente vive na cidade, o B., que eu mal vejo em SP e ficou batendo perna comigo mesmo morto de cansado. Todos eles fizeram com que a viagem fosse muito mais especial.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uebaa!
Ela voltou!