Este não é um espaço para discussões políticas. Não gosto, não quero, não me interessa falar disso.
Mas de vez em quando precisa. Talvez porque eu tenha planejado meu segundo semestre, inconscientemente, de forma a estar fora do meu domicílio eleitoral nos dois turnos, enxerguei toda a eleição de fora. Não ia votar, não era uma questão. Assisti a tudo com um olhar quase de estrangeiro.
O que me assustou de verdade, nisso tudo, foi a paixão que todo mundo colocou no pleito. De repente, deixou-se de analisar as coisas friamente. De um lado, igual mulher traída que se contém, as pessoas valorizavam as qualidades e progressos, com justificativas completamente racionais para deixar tudo como está. E dizem, "não, ele vai mudar, não vai continuar assim". Ou, pior ainda, aceita que as coisas são assim mesmo e não vão mudar.
Do outro, como aquelas traídas que dão vazão à toda sua ira e precisam se vingar, teve quem pegou o primeiro pobre-diabo que apareceu, e o elegeu como homem de sua vida, oops, presidente ideal, ético, capaz, preparado... Esquecendo que o tal "escolhido" é tão ou mais cheio de defeitos quanto o dito "traidor". Qualquer um é melhor que aquele que decepcionou.
Mais uma vez, que bom que eu estava fora. Não tive que escolher que tipo de mulher traída eu ia ser.
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