A saga da sala
A sala em L tinha um carpete que me fazia espirrar só de pensar nele. Ah, não tem problema, a gente arranca, passa um sinteco nos tacos de baixo e tá tudo certo.
Carpete devidamente arrancado, veio o problema: os tacos estavam quase todos soltos, abaulados, meio podres. Resisti, chorei, esperneei, mas veio o veredito: troca o piso.
Ao contrário dos banheiros, isso não era negociável: tiramos taco, colocamos taco, pronto, acabou-se, morde o lábio e faz o cheque.
Aí a história foi achar alguma coisa boa por preço idem. Primeiro, vamos ver os tipos de madeira, e eu fiquei um bom tempo olhando do cumaru pro ipê, do ipê pro cumaru, e nada de decidir. Fechei no cumaru.
Depois, foi o ataque histérico com o tamanho dos tacos. Sabe aquele taco pequeno, de uns 20x5 cm que tem na casa de avó e daquele amigo descolado? Não existe mais. Taco não existe mais. O que existe são umas tabuinhas de no mínimo 35 cm de comprimento que ganharam o mesmo nome nas lojas de pisos do Butantã.
Aí, a paginação. Jogo-de-dama que nem na casa da matriarca? Até considerei, mas que tal romper paradigmas pré-estabelecidos? Estava considerando o espinha-de-peixe enquanto embarcava para a terra dos antepassados.
Lá, fechei com o espinha-de-peixe: todos, absolutamente todos os lugares tinham piso com tacos dispostos assim, só que na diagonal. Como eu voltei bem roots, foi só chegar e a aporrinhação começou: "vamos de espinha de peixe na diagonal, vamos, vamos, vaaaaaaaaamos".
Ficavam me falando que ia gastar mais material, que ia sair mais caro fazer de um jeito menos convencional, e tals. Até desenharam como ia ficar na planta, dos dois jeitos, o convencional e o búlgaro, para ver se me convenciam.
Pior é que nem foi o preço que me fez optar pelo espinha de peixe normal. Foi o cansaço, mesmo. Tipo, tá, segue, vamos pelo mais fácil que ainda tem tanta coisa para resolver, qual o próximo pepino?
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