Medo pt. 2
Pavor de barata é muito lugar comum. Sim, eu tenho, saio correndo atrás de um menino para matar, mas não é minha maior fobia.
A honra cabe às mariposas. Só as muito pequetitas me salvam da histeria total e completa. Aquelas grandonas, que o povo chama de bruxas, são meu pesadelo. Não respondo por mim, sério.
Começou com uns bicharocos desses alfinetados nos corredores que levavam aos laboratórios de Ciências na escola. Aqueles bichos de asas asquerosas, abertas, com corpos marrons... Colocava o caderno do lado do rosto, para tapar a visão e disparava para chegar logo na aula. Ao menos, tive a esperteza de nunca contar essa minha aversão a nenhum coleguinha, vai saber o que a maldade infantil poderia inventar.
O negócio evoluiu que nem borboleta eu topo. "Ah, mas é um bicho tão belo..." Só se for para vocês, o que eu vejo é uma mariposa mais magra de asa colorida. E é claro que elas me adoram, batem as asas pairando ao meu redor enquanto eu abano as mãos, sai, sai!
(Teve a vez que dei escândalo no almoço porque uma delas pousou na minha coxa, quase virei a mesa. E não é que a bandida entrou na minha bolsa aberta? Foi aí que eu perdi a vergonha da minha fobia.) E claro, qualquer inseto voador maiorzinho também me faz pedir socorro.
Mas, para ser honesta, na infância era só aversão, urgh, bicho feio. A fobia de perder o controle apareceu na idade adulta. Porque quando eu era pequena, o que me fazia sair gritando mesmo eram as lagartas.
Freud deve ter uma ótima explicação para isso.
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