Sete dias, sete livros
Todo fim de ano, vão na minha mala alguns livros para matar o tempo embaixo do guarda-sol. Adoro ficar na praia lendo, com o barulho do mar por companhia. Alguns anos, com viagens mais intensas, fica dificil. Algumas vezes, até fiz resenhinha do que li, olha que fofo: aqui e aqui. Mas outros anos eram cinco, seis livros. Sei lá porque este ano cismei que ia dar cabo de sete em uma semana.
Óbvio que não deu, ainda mais que o fim de ano não foi num mosteiro budista com voto temporário de silêncio, e sim em Maceió, com a minha avó e revendo amigos que tenho há quinze anos. Então foram quatro e meio, uma média até boa, vai, com dois outros prometidos a mim mesma que terminaria até o meio do mês, que bem ou mal, ainda vai ser verão. Foram eles:
Estranha Presença, Sarah Waters - Esse estava na espera da prateleira há alguns meses. Lembro que comprei porque li algumas boas críticas, tinha recebido um prêmio importante, parecia ser meio gótico, mas achei bem maisoumenos. Na Inglaterra pós-Segunda Guerra, um médico trava contato com uma família nobre rural e sua mansão caindo aos pedaços, e se envolve com seus dramas e assombrações. Sinopse promissora, né? Super, mas só fica na promessa. Não deveria ter perdido meu tempo com 400 e tantas páginas de um romance gótico chinfrim desses.
A Ciranda das Mulheres Sábias, Clarissa Pinkola Estés - Então, eu sou fã de Mulheres que Correm com os Lobos, né? Então sou suspeita. Mas o fato é: é um livrinho curto (umas 160 páginas, se muito), com aquela linguagem pomposa-hippie típica da Pinkola, mas para quem enfrentou o Mulheres não há de ser nada. O livro afirma e reafirma como é importante o contato com a sabedoria das idosas, e como velhice e juventude de espírito podem andar juntas. Eu lia e olhava para Dona Lili, na cama/cadeira/chaise ao lado, e pensava como a autora estava certa, certíssima.
Juliet, Nua e Crua, Nick Hornby - Nick Hornby também está nos favoritos, mas não incondicionais. Tem coisas que gosto mais, outras que gosto menos. Esse último eu adorei. Em uma cidadezinha do litoral inglês, um casal estremece por conta da obsessão dele por um obscuro músico americano, desaparecido desde os anos 80, até que o próprio acaba entrando em contato com ela. Virava as páginas e pensava quantos quase-Duncans, quase-Annies e até quantos quase-Tucker (sem a parte do rock n' roll) eu conheço por aí.
O Olhar da Mente, Oliver Sacks - Foi o reveillon dos autores preferidos, tá, admito. Gosto muito do homem, já fiz uma bela entrevista com ele, que nunca viu a gráfica (coisas de revistas semanais de prestígio), adoro os textos dele. Este livro conta casos que relacionam visão e neurologia, desde a dificuldade súbita para ler, visão em duas dimensões, e outras histórias. Fala inclusive do câncer ocular que acometeu Sacks há alguns anos, e aí achei que ele perdeu um pouco a mão. Gosto mais da sua empatia com os outros do que sua compaixão por si mesmo.
Teach Yourself Jung - Porque, né, tá na hora de eu me mexer com alguns planos enfiados na gaveta e vê-los virar realidade. E para isso, não vai ter jeito: vou ter que manjar do velho Carl Gustav. Melhor começar pequeninho, com textos introdutórios, e depois entrar de sola.
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