agádoisesseóquatro
29.4.15
Vamos fazer uma experiência
Não, o sulfúrica não morreu. Tá mais para dedo espetado no fio da roca, uma bela adormecida que está tirando uma soneca de 100 anos enquanto eu me enchi de projetos digitais, mestrado, vida acontecendo num ritmo doido com poucas horas de sono por dia.
Ao mesmo tempo, sinto muita falta disso aqui. Escrever faz as coisas terem mais sentido, e tem tanta coisa acontecendo na minha frente que eu quero dividir. Então tá, vou dormir menos ainda mas o sulfúrica vai voltar. 140 toques não dão conta e eu não tenho paciência para escrever textão de Facebook.
Só que passo muito mais tempo no Wordpress que no Blogger, e sei lá se alguém ainda vem aqui, ou se faz sentido ainda ter blog pessoal. Então vamos aproveitar que eu estou super trabalhada no conceito de newsletter e vamos criar a turma do agádoisesseóquatro por email.
Os temas? Mesma coisa do blog, essa mistura de digressões com as coisas que eu acho pela internet da vida e o que mais vier. Nunca deu certo limitar a pauta dos meus projetos pessoais, não vai ser agora que eu vou tentar.
(Se eu fosse de vanguarda mesmo, faria uma lista de Whatsapp, mas eu sou uma jovem senhora fã de email e que não digita muito rápido no celular).
Então se você estava com saudade do sulfúrica e quiser receber os novos posts desse novo experimento via newsletter, é só colocar seu email aí embaixo. Por enquanto não tem periodicidade definida, vamos ver o que vira.
Bora lá?
28.5.14
Maya Angelou
Que mulher incrível. Descanse em paz.
(Falecimento de octogenários estão sendo particularmente difíceis para mim nos últimos tempos.)
22.1.14
Nova York parte 2
Lá fora tem meio metro de neve. Cheguei ontem de manhã, e parece que já estou aqui há semanas. Na minha cabeça, na verdade, eu me mudei há semanas. Ou será que foi meses atrás?
Minha vontade de mudar a vida já tinha se instalado há meses em um cantinho da mente, mas eu realmente não tinha ideia que ia ser tão rápido. Pensei que talvez lá por 2015, 2016, meus planos fossem dar certo (isso se a vida não acontecesse no meio do caminho).
Mas o que a vida fez foi justamente acelerar, me jogando inesperadamente em um novo ambiente acadêmico, me colocando numa cidade que adoro, quase dez anos depois da minha primeira estadia aqui. Em questão de semanas, com as festas de fim de ano no meio, empacotei minha vida toda em São Paulo e voltei para Nova York. Tudo parecido, mas tudo diferente, também.
Engraçado que o sulfúrica já existia, nesta mesma encarnação, da outra vez que vim morar aqui, uma eternidade atrás. Para quem está curioso, a primeira temporada da série "Natasha em NY" começou em fevereiro de 2005 e terminou em agosto do mesmo ano.
É divertido reler meus posts desse período. Como eu mudei, ao mesmo tempo que continuo igual. Por exemplo, o trauma de Craigslist não passou até hoje, a mania de se meter em qualquer show, também. Mas algumas coisas mudaram, como elas sempre mudam. Vamos ver como a cidade vai me tratar, e eu a ela, dessa vez.
Minha vontade de mudar a vida já tinha se instalado há meses em um cantinho da mente, mas eu realmente não tinha ideia que ia ser tão rápido. Pensei que talvez lá por 2015, 2016, meus planos fossem dar certo (isso se a vida não acontecesse no meio do caminho).
Mas o que a vida fez foi justamente acelerar, me jogando inesperadamente em um novo ambiente acadêmico, me colocando numa cidade que adoro, quase dez anos depois da minha primeira estadia aqui. Em questão de semanas, com as festas de fim de ano no meio, empacotei minha vida toda em São Paulo e voltei para Nova York. Tudo parecido, mas tudo diferente, também.
Engraçado que o sulfúrica já existia, nesta mesma encarnação, da outra vez que vim morar aqui, uma eternidade atrás. Para quem está curioso, a primeira temporada da série "Natasha em NY" começou em fevereiro de 2005 e terminou em agosto do mesmo ano.
É divertido reler meus posts desse período. Como eu mudei, ao mesmo tempo que continuo igual. Por exemplo, o trauma de Craigslist não passou até hoje, a mania de se meter em qualquer show, também. Mas algumas coisas mudaram, como elas sempre mudam. Vamos ver como a cidade vai me tratar, e eu a ela, dessa vez.
25.12.13
Tatuagens e avós, uma curta história natalina
Ela xingou, brigou, achou um absurdo eu ter tomado metade das minhas costas com quatro grandes rosas e três bonecas russas, que representavam minha linhagem materna.
Mas quero cair morta neste instante se ontem ela não me fez tirar a blusa no meio da sala da casa do meu tio, no meio dos preparativos da ceia, e mostrar a tatuagem para a cozinheira, apontando para a matrioshka grande e loira perto dos meus rins e dizendo: "Olha que pintura bonita, está vendo essa figura aqui? Sou eu."
10.12.13
Ser a diferente
"When my last single friend from school married, I fell asleep the evening of the wedding and didn’t show up.
I’m 35, Argentine, Jewish and single.
And these four categories don’t seem to go smoothly together. So I decided to make a film about the questions I have struggled to answer. Can social mandates be disregarded, or is my extended youth finally coming to its end?"
I’m 35, Argentine, Jewish and single.
And these four categories don’t seem to go smoothly together. So I decided to make a film about the questions I have struggled to answer. Can social mandates be disregarded, or is my extended youth finally coming to its end?"
A identificação com a pergunta que Paula Schargorodsky faz no vídeo '35 and Single' para o New York Times (eles não deixam embedar, cliquem aí) foi imediata, apesar de eu ser brasileira, um quarto judia e um pouco mais velha (mas só um pouco). E as respostas a que estou chegando também são bem parecidas.
3.12.13
Come anytime
Mais um dos meus recados crípticos que poucos vão ver (o destinatário, então, esquece), menos gente ainda vai entender.
Às vezes o importante é só jogar pro mundo.
22.11.13
Tudo na vida fica mais legal com um gato gordo. Até grandes obras de arte:
Mona Lisa, Leonardo da Vinci |
Pilha de Feno em Giverny, Monet |
Vênus e Cupido com um organista, Ticiano
|
12.11.13
Não, não estamos ricos
Castelo de Montbrun, na França, à venda por 20,5 milhões de euros. Isso sim é imóvel de gente rica.
*Atualização no fim do post.
Eu adoro ser do contra. Quando vi todo mundo compartilhando um novo blog, chamado Tem algo errado ou estamos ricos?, que compara preços de imóveis no Brasil e em outros países, algo não me desceu.
Sim, ninguém nega a arrancada dos preços imobiliários no Brasil e a preocupação que isso acarreta. Eu sei bem, porque me beneficiei dela -- comprei meu apartamento em 2006 por um preço que hoje não vale nem vaga de estacionamento na mesma região. Ainda assim, esse blog me incomoda.
Um dos motivos é porque eu sempre lembro de algo que meu falecido avô, o sábio seu Jacó, sempre dizia: "o importante não é quanto pedem, e sim o quanto pagam". Tem uma casa xexelenta em Fortaleza custando a mesma coisa que uma bonitona em Orlando? Eu pergunto: há quanto tempo essa casa está à venda? Estar à venda por um preço X não significa que alguém vai pagar o que querem, e sim que o dono está disposto a esperar um otário que pague o que ele quer.
Meu pai, no fim da vida, resolveu vender o apartamento dele em uma rua tranquila do Itaim Bibi. Como ele calculou o preço? Pegou o valor do imóvel em dólares, na época que o câmbio era um para um, e converteu para o câmbio da época, que devia ser uns 2 ou 3 para um. E esse era o preço. Sim, ele estava completamente sem noção. Tinha plaquinha e tudo, mostrava para quem quisesse ver, os corretores assediavam, reclamavam que tinham comprador mas o preço era irreal, porém ele não arredava pé. Chegavam a me ligar pedindo para convencê-lo a vender por menos, no que eu respondia: "Olha, por mim ele mantém esse preço mesmo, porque o apartamento é metade meu e eu não vou assinar a venda, então esquece, nem se oferecerem um milhão". Agora com certeza aquele apartamento vale mais de um milhão -- só que se o seu Jovan estivesse vivo talvez estivesse pedindo dois milhões e com certeza o apê estaria no Estamos Ricos? como um exemplo de "OLHA O ABSURDO", talvez comparando com um castelo europeu, sem a informação de que aquilo era um desvario de um sexagenário aposentado meio pancada e que aquele apartamento jamais esteve no mercado para valer.
O mercado imobiliário está cheio dessas histórias. Tanto gente que sobe o preço porque no fundo não quer vender, quando quem coloca abaixo do preço de mercado porque precisa vender logo, resolver pendências judiciais, ou tem históricos pessoais a serem resolvidos. É assim que os negócios são feitos. Para quem está pensando em imóveis no Brasil como investimento, meu filho, esse bonde tu perdeu lá por 2008, mais ou menos.
Outra coisa é um complexo de vira-lata. Olha o caso do apartamento em Nova York versus o do Jardim Botânico: Rua 108 com Broadway é praticamente Harlem, não Upper West Side. Talvez seja perto da Universidade de Columbia, o que melhora um pouco, mas não é uma comparação justa de bairros. Isso é outro defeito do blog: a maior parte dos posts não fala muito sobre localização das ofertas gringas, por exemplo. Parece que só o fato de ser LÁ FORA já faz de um imóvel ser melhor que no do Brasil, mesmo que seja em Nashville, só porque é um subúrbio americano bonitinho -- sem contar que os EUA estão em recessão e os preços de imóveis caíram muito por lá. Em Portugal, então, o povo está vendendo o almoço para pagar o jantar.
Sim, concordo que o apartamento de NY parece ser mil vezes melhor, como os outros classificados de outros posts, mas meu ponto é esse: PARECE. Fica em vantagem quem tira fotos melhores, aquelas que escondem melhor os defeitos, paredes de gesso barato, carpete de madeira vagabundo, etc. Aparentemente nossos corretores e vendedores ainda não aprenderam esse truque.
Eu acho que a gente precisa mesmo ter noção de como os imóveis aumentaram aqui, mas o blog presta um desserviço quando faz essas amostragens sem dar um contexto maior, e nem considera que existem pessoas atrás destes anúncios com as mais diversas motivações. Sem isso, fica o bizarro pelo bizarro, fazendo dele um protesto meio raso, que não esclarece nem ajuda, serve só mesmo para compartilhar a indignação de sempre nas redes sociais.
ATUALIZAÇÃO 13/08/2013: Hoje entrei no Estamos Ricos? e vi dois posts hilariantes: um que compara Malmö, na Suécia, com Osasco ("não é uma mansão, mas é a Suécia!") e um que aí me chamou os brios, comparando São Luís com Bulgária (sem especificar a cidade). Liguei para a minha búlgara preferida e perguntei o que ela achava da comparação. Minha avó nem pestanejou: "Pago o dobro para morar em São Luís. É tão ruim quanto, mas pelo menos faz não faz frio."
3.10.13
A Darth Vader de vestidinho vermelho
O primeiro filme da ~nova~ trilogia do Guerra nas Estrelas é de quando? 1998, 1999? (Chamar de Star Wars não é coisa de gente da minha idade, foi mal).
Acho que foi a primeira vez que tivemos aqui no Brasil aquela coisa da "estreia à meia-noite", um eventão para quem era fã mesmo, e meus amigos e eu resolvemos ir. Eu sempre gostei de Guerra nas Estrelas, estava curiosa para ver o que ia ser esse novo filme -- o do Jar Jar Binks. É, eu sei. Jar Jar Binks.
A fila do filme foi a maior diversão -- eu nunca tinha visto gente fantasiada para um evento desses. Tinha pelo menos umas duas duplas de caras vestidos de Jedi com sabres de luz fazendo duelinhos, e alguns Darth Vaders. (Não, nenhuma Leia de biquini).
Um dos Vaders levou a filha pequena, de no máximo uns três anos, toda arrumadinha, de vestidinho vermelho. (Sim, uma sessão de meia-noite no que provavelmente era uma terça-feira. Eu não discuto com a obsessão das pessoas). Deve ter dado calor no homem, sei lá, ele tirou o capacete. Ou a filha pediu para brincar, não sei.
Eu só sei que enquanto esperávamos a sala abrir, uma Darth Vaderzinha de vestido vermelho bufando dentro do capacete ficava passeando ao longo da fila, arrancando risadas e sorrisos dos adultos e nem tão adultos assim.
Algo mais ou menos assim, só que ainda mais bonitinho:
Crédito: Lucky Jackson / Via Don't Touch My Moleskine
Espero que o Jar Jar Binks não tenha causado um trauma permanente nela.
Acho que foi a primeira vez que tivemos aqui no Brasil aquela coisa da "estreia à meia-noite", um eventão para quem era fã mesmo, e meus amigos e eu resolvemos ir. Eu sempre gostei de Guerra nas Estrelas, estava curiosa para ver o que ia ser esse novo filme -- o do Jar Jar Binks. É, eu sei. Jar Jar Binks.
A fila do filme foi a maior diversão -- eu nunca tinha visto gente fantasiada para um evento desses. Tinha pelo menos umas duas duplas de caras vestidos de Jedi com sabres de luz fazendo duelinhos, e alguns Darth Vaders. (Não, nenhuma Leia de biquini).
Um dos Vaders levou a filha pequena, de no máximo uns três anos, toda arrumadinha, de vestidinho vermelho. (Sim, uma sessão de meia-noite no que provavelmente era uma terça-feira. Eu não discuto com a obsessão das pessoas). Deve ter dado calor no homem, sei lá, ele tirou o capacete. Ou a filha pediu para brincar, não sei.
Eu só sei que enquanto esperávamos a sala abrir, uma Darth Vaderzinha de vestido vermelho bufando dentro do capacete ficava passeando ao longo da fila, arrancando risadas e sorrisos dos adultos e nem tão adultos assim.
Algo mais ou menos assim, só que ainda mais bonitinho:
Crédito: Lucky Jackson / Via Don't Touch My Moleskine
Espero que o Jar Jar Binks não tenha causado um trauma permanente nela.
26.9.13
"Bi, me ajuda"
Ele estava pedindo ajuda na frente da Caixa Econômica da Paulista. Alto, magro, bem maquiado com base e batom cor de rosa, uma presilha no cabelo preto curto, bolsa de moça, celular com capa de oncinha na mão. Manquitolava de leve. "Moça, moça, me ajuda" Mantive um pouco de distância, mas atendi perguntando o que houve. Explicou que trabalhava em uma loja de cosméticos em um shopping do outro lado da avenida, que estava voltando para casa de metrô quando esbarraram nele e entortaram sua perna.
Como assim, entortaram sua perna? Ele me mostrou, o pé direito estava em um ângulo estranho, mas nem tanto. Eu continuava fazendo cara de não entender, até ele perceber que faltava a informação essencial: era uma prótese, "eu sou amputado". Disse que precisava consertá-la antes de estragar de vez, e que havia uma costureira na esquina da Paulista com a rua X, perto da farmácia Y, que faria o serviço para ele, mas que cobrava 25 reais que ele não tinha.
"Bi, tou aqui há meia hora pedindo ajuda, mas ninguém fala comigo. As mulheres acham que eu vou assaltar, os homens pensam que aqui [apontando para o celular] tem uma faca, e eu não consigo ir até o shopping com a perna assim, bi, vai entortar de vez e eu vou acabar me arrastando na rua. Ai, bi, nessas horas, a gente não acha família, os amigos não atendem, eu não sei o que fazer. Passa na loja depois que eu te maquio".
Pedi para pegar na perna magra dele, ele deixou. Era realmente feita de espuma, da canela até o meio da coxa, pelo menos. Me fez comparar com a outra perna, onde havia claramente músculo e osso. Aí entendi melhor a história da costureira. Eu, que nunca me deixo enternecer pelas histórias de gente pedindo ajuda na rua, sempre vou passando e dizendo "não, não tenho trocado", abri a carteira. Só tinha uma nota de 50 reais, que ele pegou rapidamente, agradecendo muito, dizendo para eu passar na loja depois para ganhar uma maquiagem grátis (mas não mencionou nada sobre devolver o troco) e me aconselhou a cuidar mais da minha pele.
O que me fez ajudá-lo? A história batia, realmente havia uma perna de tecido meio torta ali, e o desespero dele era latente, porém não tenho 100% de certeza se era verdade, e se no outro quarteirão ele não ia contar a mesma coisa e conseguir mais dinheiro. Mas se for, achei que 50 reais era um preço pequeno para fazê-lo acreditar que alguém poderia olhar além de sua aparência desconcertante para muitos, e ver ali um ser humano digno pedindo ajuda em um momento de necessidade, e se saber merecedor dela.
Como assim, entortaram sua perna? Ele me mostrou, o pé direito estava em um ângulo estranho, mas nem tanto. Eu continuava fazendo cara de não entender, até ele perceber que faltava a informação essencial: era uma prótese, "eu sou amputado". Disse que precisava consertá-la antes de estragar de vez, e que havia uma costureira na esquina da Paulista com a rua X, perto da farmácia Y, que faria o serviço para ele, mas que cobrava 25 reais que ele não tinha.
"Bi, tou aqui há meia hora pedindo ajuda, mas ninguém fala comigo. As mulheres acham que eu vou assaltar, os homens pensam que aqui [apontando para o celular] tem uma faca, e eu não consigo ir até o shopping com a perna assim, bi, vai entortar de vez e eu vou acabar me arrastando na rua. Ai, bi, nessas horas, a gente não acha família, os amigos não atendem, eu não sei o que fazer. Passa na loja depois que eu te maquio".
Pedi para pegar na perna magra dele, ele deixou. Era realmente feita de espuma, da canela até o meio da coxa, pelo menos. Me fez comparar com a outra perna, onde havia claramente músculo e osso. Aí entendi melhor a história da costureira. Eu, que nunca me deixo enternecer pelas histórias de gente pedindo ajuda na rua, sempre vou passando e dizendo "não, não tenho trocado", abri a carteira. Só tinha uma nota de 50 reais, que ele pegou rapidamente, agradecendo muito, dizendo para eu passar na loja depois para ganhar uma maquiagem grátis (mas não mencionou nada sobre devolver o troco) e me aconselhou a cuidar mais da minha pele.
O que me fez ajudá-lo? A história batia, realmente havia uma perna de tecido meio torta ali, e o desespero dele era latente, porém não tenho 100% de certeza se era verdade, e se no outro quarteirão ele não ia contar a mesma coisa e conseguir mais dinheiro. Mas se for, achei que 50 reais era um preço pequeno para fazê-lo acreditar que alguém poderia olhar além de sua aparência desconcertante para muitos, e ver ali um ser humano digno pedindo ajuda em um momento de necessidade, e se saber merecedor dela.
26.8.13
15.8.13
Vídeo do dia
That's life and I can't deny it
Many times I thought of cutting out but my heart won't buy it
Era o recado que eu precisava ouvir hoje.
Quando Morrissey encontra Charles Schulz
Smiths + Peanuts = This charming Charlie. Mais um tumblr que mostra porque a gente tem que amar a Internet.
21.7.13
Amiga cantarola na fila do cinema. Acho a melodia bonita, mas não a reconheço.
"O que você tá cantando?"
"Aquela what if God was one of us, lalalala"
Dou uma resmungada, murmurando minha ojeriza à música, que (espero) ela não tenha ouvido, mas a bulgarice (sempre ela) foi mais forte: "Hahahaha, me arrependi de ter perguntado".
"A gente sempre tem que esperar que uma resposta a uma pergunta não agrade",
"Verdade, mas eu tou acostumada a esse tipo de pressão com coisas tipo 'você me ama?' e não 'que é isso que você tá assobiando'".
"O que você tá cantando?"
"Aquela what if God was one of us, lalalala"
Dou uma resmungada, murmurando minha ojeriza à música, que (espero) ela não tenha ouvido, mas a bulgarice (sempre ela) foi mais forte: "Hahahaha, me arrependi de ter perguntado".
"A gente sempre tem que esperar que uma resposta a uma pergunta não agrade",
"Verdade, mas eu tou acostumada a esse tipo de pressão com coisas tipo 'você me ama?' e não 'que é isso que você tá assobiando'".
16.7.13
13.7.13
A temida engolidora de estagiários ataca novamente
"Natasha, essa matéria sobre dinossauros sobe em Meio Ambiente?"
"Considerando-se que dinossauros estão extintos já faz um tempo, B., sobe em Ciência".
"Considerando-se que dinossauros estão extintos já faz um tempo, B., sobe em Ciência".
12.7.13
11.7.13
História de um casal
Nove anos atrás, eu assisti a Antes do Pôr do Sol e foi meio tijolada, sabe? Toda a confabulação sobre a vida estava lá, bem como a química inegável entre a Julie Delpy e o Ethan Hawke, mas em alguns momentos a identificação foi forte demais e acho que isso me incomodou um pouco.
Então quando saiu Antes da Meia Noite, que lidaria com a crise do relacionamento entre os dois, tive meus receios. A gente nunca escapa da falação do Linklater, e com esse tema, então? Ihhhh.
Então fiquei um pouco supresa quando me peguei no meio da sessão pensando "Gente, tou adorando esse filme!". Ele não edulcora nem pega pesado demais com os personagens (embora muita gente tenha dito que a Celine está insuportável; está mesmo, mas eu já chego lá), tem humor, mostra a realidade de duas pessoas que se gostam muito, que têm suas diferenças, quanto elas podem pesar em um relacionamento e como se navega por elas.
Prum amigo meu, foi um soco no estômago; ele me contou que a última discussão com sua ex antes da separação foi igualzinha a um trecho do filme.
Outras amigas reclamaram do papel da Julie Delpy, que está um poço loiro de neurose francesa. Gente, tá mesmo, mas isso é o ponto de conflito do filme. E uma mulher de sangue vermelho nas veias não pode negar não ter tido umas duas daquelas reações uma vez na vida (as minhas: sair batendo porta para voltar 10 segundos e continuar discutindo e fazer perguntinha esperando resposta fofa que obviamente não vem).
Ela pode estar a mais louca e chata dos dois, mas eu consegui entender tão direitinho de onde aquilo tudo vinha... Foi uma avalanche de frustração e cansaço, alimentada pelas experiências passadas (ela não acredita que a relação com Jesse esteja durando esse tempo todo) e o medo do futuro. A gente pode ser inteligente, racional, centrada, investida na relação -- mas tem uma hora que o bicho pega e quando vai ver, a gente está falando umas loucuras que são completamente nossas e têm pouco a ver com o outro.
Ele também tem suas frustrações; dá para ver pinceladas delas aqui e ali, mas no fundo, o Jesse sabe que discutir mesmo, de verdade, só levaria a uma situação limite que nenhum dos dois no fundo deseja. Então ele deixa ela falar, desabafar, gritar. No fim, todo mundo se entende.
23.6.13
Do fundo do coração
(Não, não vou falar sobre política. Tenho uma diretriz pessoal de evitar dizer bobagem sempre que posso, eu mesmo assim eu já falo mais do que deveria. No caso das tais MANIFESTAÇÕES QUE ASSOLAM O BRASIL, qualquer coisa que eu escreva neste momento vai ser besteira daqui a algum tempo. Até porque eu mesma mudo de opinião a cada dois dias).
Então vou falar de música. Fui pega pelo bichinho do Jason Isbell. Sério, gente, esse disco é viral, no sentido epidemiológico mesmo: se reproduz por contágio. Começou com o sms de um amigo: "você tem que ouvir".
Procurei e ouvi. Pan, pegou e pronto, estou aqui contagiando todo mundo. Eu, que dificilmente faço isso, já falei para uns mais quatro amigos, assim, casualmente, na mesma onda do "você tem que ouvir", já postei nas redes sociais e agora veio parar até aqui.
E eu nunca fui muito do alt-country, mas é impossível não gostar de música emocional e bem-feita. Gente que mostra as feridas assim dessa forma linda, para todo mundo sentir e ouvir. Pega na boca do estômago, do melhor jeito possível.
Sério, vocês têm que escutar.
Então vou falar de música. Fui pega pelo bichinho do Jason Isbell. Sério, gente, esse disco é viral, no sentido epidemiológico mesmo: se reproduz por contágio. Começou com o sms de um amigo: "você tem que ouvir".
Procurei e ouvi. Pan, pegou e pronto, estou aqui contagiando todo mundo. Eu, que dificilmente faço isso, já falei para uns mais quatro amigos, assim, casualmente, na mesma onda do "você tem que ouvir", já postei nas redes sociais e agora veio parar até aqui.
E eu nunca fui muito do alt-country, mas é impossível não gostar de música emocional e bem-feita. Gente que mostra as feridas assim dessa forma linda, para todo mundo sentir e ouvir. Pega na boca do estômago, do melhor jeito possível.
Sério, vocês têm que escutar.
14.6.13
Musiquinha para sexta
Um dia, muito tempo atrás, eu fazia post de playlist listando as músicas que eu gostava e vocês que se virassem para achá-las. Mas como a tecnologia é uma coisa linda, agora dá para fazer tudo bonitinho, tocável, embedável, de design maravilhoso, só dar play e se divertir.
Por isso, andei recuperando aquela minha velha mania de top ten rock para strip-tease. Aumentou para 15, e com alguma dificuldade parei em 15. Teve uma hora que ela tinha mais de 20, mas eu fui editando e editando e ela ficou mais razoável.
Aceito sugestões! Quem quiser pode dar seu pitaco nos comentários. Essa lista vai ser um work in progress pra sempre, pelo visto.
Por isso, andei recuperando aquela minha velha mania de top ten rock para strip-tease. Aumentou para 15, e com alguma dificuldade parei em 15. Teve uma hora que ela tinha mais de 20, mas eu fui editando e editando e ela ficou mais razoável.
Aceito sugestões! Quem quiser pode dar seu pitaco nos comentários. Essa lista vai ser um work in progress pra sempre, pelo visto.
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